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Quando um povo se levanta pela sua soberania, o mau governo responde com armas e assassinos: para compreender a luta popular na Colômbia

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por GEAC - Antropologia Crítica
Agosto 31, 2013
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Por Juliana Fernonatto Mesomo

Quando um povo se levanta pela sua soberania, o mau governo responde com armas e assassinos. Os colombianos precisam agora da solidariedade internacional para proteger-se das violações de direitos humanos que podem decorrer dessa “caça” anunciada pelo governo, e para apoiar a justa luta pela soberania alimentar, pelo direito ao trabalho, pelo fim dos TLCs e pela reforma agrária, que afinal é de todos nós!

* * *

Desde o dia 19 de agosto os camponeses e agricultores de várias regiões da Colômbia sustentam uma greve agrária e popular. Interromperam a venda de seus cultivos para protestar contra os Tratados de Livre Comércio (TLC) assinados pelo governo com os Estados Unidos, União Europeia e Coreia, entre outros. A importação de alimentos e produtos agropecuários desses países, particularmente de café, cacau, arroz, batata, leite e laticínios, e o patenteamento progressivo das sementes nativas pelas quais os agricultores têm agora que pagar, somado ao encarecimento dos insumos de produção têm destruído os meios de vida e o sustento dos que trabalham no campo. Com o empobrecimento, precisam vender suas terras ou arrendar a produção para as grandes multinacionais que promovem os monocultivos de alimentos para exportação. O resultado trágico é que a Colômbia produz, por exemplo, café mas não o consome, importa. Isso vai se estendendo para outros alimentos cada vez mais; ameaçando fortemente a segurança alimentar do país, já que os preços ficam à mercê do mercado internacional, e retirando a possibilidade dos camponeses de trabalhar e viver da terra.

Os camponeses exigem que sejam revertidos os TLCs, que haja uma reforma agrária e que sejam garantidas a soberania alimentar do país e a proteção dos meios de vida camponeses, indígenas, afrocolombianos e da população em geral. Sem mais espólio da riqueza e do território dos povos pelo capital internacional e nacional e garantindo a segurança alimentar.

O desabastecimento se fez sentir logo nos primeiros dias e com muita força. No entanto, a população das cidades, também afetada pelas diversas medidas neoliberais e que se alimentam dos legumes, verduras, frutas produzidas pelos pequenos agricultores, apoiou massivamente a greve dos camponeses. Como aqui, dificilmente existe alguém que não tenha algum parente da família que já viveu ou vive no campo.

Frente à interrupção de estradas pela Greve agrária e aos protestos de apoio nas cidades, o presidente Juan Manuel Santos decretou a militarização de algumas cidades, como Bogotá, e de todas as zonas “onde seja necessário”, acusou os manifestantes de “vândalos” e que as forças políticas envolvidas com a greve estão “manipulando” os camponeses. Pediu que a população faça uma “lista” com o nome dos “vândalos” e dos “incitadores”, oferecendo recompensas. [Notícia aqui:http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=222749&id_secao=8#.UiD0kjWW9QQ.facebook]

Quando um povo se levanta pela sua soberania, o mau governo responde com armas e assassinos. Os colombianos precisam agora da solidariedade internacional para proteger-se das violações de direitos humanos que podem decorrer dessa “caça” anunciada pelo governo, e para apoiar a justa luta pela soberania alimentar, pelo direito ao trabalho, pelo fim dos TLCs e pela reforma agrária, que afinal é de todos nós! Ou esse história não lembra o que acontece em um outro país, que tem no agronegócio uma das suas principais “alavancas do desenvolvimento”?

Dia 02/09, haverá uma tertúlia em solidariedade a Greve agrária na Colômbia, no Comitê Latinoamericano as 19h! Haverá uma conversa sobre o que está acontecendo e o contexto colombiano.

Mais informações sobre a greve: http://agendacolombiabrasil.org/

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Etiquetasacción política • Papel do antropólogo
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Sobre GEAC - Antropologia Crítica

O Grupo de Estudos em Antropologia Crítica é um coletivo independente que atua na criação de espaços de auto-formação e invenção teórico-metodológica. Constituído em 2011, o GEAC se propõe, basicamente, a praticar “marxismos com antropologias”. Isto significa desenvolver meios para refletir, de maneira situada, sobre os devires radicais da conflitividade social contemporânea. Delirada pelo marxismo, a antropologia se transforma, para o GEAC, numa prática de pesquisa e acompanhamento político das alteridades rebeldes que transbordam e transgridem a pretensão totalitária do modo de produção vigente e da sua parafernália institucional.

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