Dois anos depois do “cordobazo” antropológico ocorrido durante a X Reunião de Antropologia do Mercosul, estudantes de antropologia do Brasil e da Argentina redigiram uma carta aberta à organização do próximo encontro, que terá lugar na cidade de Montevidéu. Neste documento, eles realizam um importante exercício de memória que recupera os resultados da mobilização política estudantil levada a cabo na última RAM (Córdoba, Argentina) e sugerem aos organizadores da atual edição do evento um conjunto de propostas que apontam no sentido de aprofundar a democratização e a pluralização dos espaços destinados ao intercâmbio de conhecimento antropológico. Acompanhe, no final da postagem, as fotos dos acontecimentos de 2013.
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Carta aberta à organização da XI RAM: para seguir descolonizando o saber e o poder
Documento bilíngue: versão em português seguida da versão em castelhano
Documento bilingüe: versión en portugués seguida de la versión en castellano
Em junho de 2013, durante a realização da X RAM em Córdoba, Argentina, iniciou-se um necessário debate a respeito do modelo dos congressos de antropologia promovidos no Cone Sul. Depois de viajar longas distâncias para chegar até a cidade de Córdoba, estudantes argentinos, brasileiros, uruguaios, paraguaios e venezuelanos demandaram que a organização do evento reduzisse os altos preços de inscrição de forma a torná-los compatíveis com a sua disponibilidade de recursos. Diante da falta de respostas, eles organizaram uma assembleia que colocou em questão a própria estrutura organizativa da RAM. Em suas discussões, concluíram que boa parte dos gastos daquele congresso – hospedagem dos conferencistas convidados, festas de recepção, materiais de divulgação, etc. – eram cobertos com os recursos obtidos através do pagamento de inscrições. Sendo assim, tais gastos deveriam ser, em primeiro lugar, transparentes. E, em segundo lugar, a decisão sobre a aplicação destes recursos deveria ser submetida a uma maior participação dos estudantes. Na assembleia também se tornou evidente outro aspecto criticável da X RAM: os estudantes, neste caso, de graduação, haviam sido convocados a desfrutar do congresso como um espaço de formação; no entanto, o lugar destinado a eles fora o de meros ouvintes dos trabalhos expostos em GTs, mesas e conferências. Ao colocar a questão dos lugares de fala destinados aos estudantes na hierarquia disciplinar e ao reivindicar outro tipo de participação estudantil no congresso, a assembleia se converteu num amplo debate sobre o tipo de antropologia que estamos praticando no Mercosul. Os resultados desta discussão foram divulgados na “Declaração da Assembleia dos Estudantes de Antropologia do Mercosul” e podem ser resumidos em três pontos reivindicativos:
1) Realizar encontros mais acessíveis em termos de preços e infraestrutura material (hospedagem, alimentação, inscrições) aos estudantes de Antropologia e Ciências Sociais;
2) Incluir os estudantes na organização do evento com o objetivo de gerar espaços de fala até então ausentes no atual modelo de congresso acadêmico pautado pelas hierarquias tradicionais da disciplina;
3) Promover, no marco dos congressos, espaços de autêntica interlocução com os movimentos sociais e políticos junto aos quais os antropólogos e demais cientistas sociais desenvolvem suas atividades de investigação.
No último dia da X RAM os estudantes se dirigiram à conferência de encerramento conduzindo uma faixa que trazia estampada a consigna “descolonizar o saber e o poder”. Eles foram recebidos no palco pelos organizadores do evento e leram a declaração de sua Assembleia em Português e Castelhano. Centenas de cópias do documento também foram distribuídas entre os que participavam da solenidade.
Na véspera da atividade de encerramento, alguns estudantes se fizeram presentes na plenária que decidiria a sede e a estrutura organizativa do próximo encontro. Neste contexto, foram apresentadas duas propostas substancialmente distintas: uma delas se mostrava sensível às demandas que os estudantes vinham desenvolvendo durante o evento, ao passo que a outra parecia apontar à reprodução das hierarquias disciplinares mais convencionais. No marco desta disputa, os estudantes souberam apoiar aquela candidatura que mostrou um claro compromisso com a democratização dos espaços de intercâmbio de conhecimento. Este apoio foi decisivo para a escolha de Montevidéu como sede de uma XI RAM mais participativa, democrática e descolonizante.
A organização da XI RAM reflete em alguma medida o espírito da mobilização levada adiante em Córdoba no ano de 2013. Iniciativas como a chamada à participação de movimentos sociais nas mesas redondas, o grande número e a consequente amplitude temática dos Grupos de Trabalhos refletem a pluralidade das agendas e das preocupações investigativas das antropologias do Mercosul e diversificam o tipo de participação esperada para o evento. Estes são avanços de caráter democrático que nos convidam a refletir sobre as possibilidades de transformar ainda mais o perfil do maior encontro de antropologia do Cone Sul. Nesse sentido, parece-nos fundamental problematizar o valor das taxas de inscrição cobradas pelo evento. Para tal, utilizaremos os exemplos que nos são disponíveis.
De acordo com os valores de inscrição vigentes (22 de setembro a 31 de outubro), o estudante de graduação que quiser apresentar trabalho na XI RAM deverá pagar 110 dólares para participar do evento. Esta quantia corresponde a 440 reais ou 990 pesos argentinos de acordo com a cotação oficial (1550 pesos na cotação do dólar blue). Os estudantes de pós-graduação, por sua vez, devem pagar 155 dólares, que correspondem a 620 reais ou 1395 pesos argentinos ( 2466 pesos na cotação do dólar blue, em 01/10/2015).
Os estudantes de graduação beneficiados por bolsas de Iniciação Científica no Brasil recebem mensalmente 400 reais. Na Argentina, o Conselho Interuniversitario Nacional oferece as “Becas de Estímulo a las Vocaciones Científicas” por um valor de 1200 pesos. Os estudantes brasileiros de mestrado recebem uma bolsa mensal de 1.500 reais, enquanto os de doutorado recebem 2.200 reais. Na Argentina, os poucos estudantes beneficiados pelas bolsas de doutorado recebem mensalmente 9.000 pesos. Isto significa que a inscrição na XI RAM consome mais do que o valor total de uma bolsa de graduação brasileira ou argentina; 41% de uma bolsa de mestrado e 28% de uma bolsa de doutorado no Brasil; entre 15% e 26% de uma bolsa de doutorado na Argentina. A estas quantias devem se somar os elevados preços de deslocamento, hospedagem e alimentação praticados no Uruguai.
Para fins de comparação, o valor de inscrição cobrado aos estudantes no congresso anual da American Anthropological Association é de 105 dólares. Neste caso, estamos falando de um congresso elitizado promovido no marco de um sistema acadêmico no qual os estudantes dispõem de melhores condições de financiamento que seus pares sul-americanos. Somos cientes de que os congressos realizados na América Latina dispõem de pouca ou nenhuma ajuda financeira estatal e, por tal razão, devem se auto-financiar. Porém, os grandes eventos da área na América Latina, tais como XXX ALAS, XVIII Jornadas sobre Alternativas Religiosas na América Latina ou IV Congresso Latinoamericano de Antropologia, cobram preços mais acessíveis aos estudantes, em média de 50 dólares.
As condições tornam-se mais difíceis quando levamos em consideração a realidade dos profissionais que não contam com vínculos institucionais acadêmicos. Não sendo estudantes nem professores universitários, o profissional que deseja participar como expositor ou como ouvinte deverá pagar 130 dólares, até 21 de setembro, ou 155 dólares a partir dessa data. Sem incentivo e sem pertencimento acadêmico, tais taxas podem tornar-se dispositivos de exclusão de grande parcela dos profissionais cuja experiência e atuação são fundamentais para pluralizar os lugares de fala relacionados à antropologia e ir além dos espaços disciplinares universitários.
Para além das altas taxas, gostaríamos de chamar a atenção sobre as condições de pagamento atualmente disponíveis. Tanto a transferência internacional, ao custo de 20 dólares, como o pagamento exclusivamente através do cartão de crédito Mastercard restringem as possibilidades de os interessados pagarem a inscrição de forma antecipada.
A consequência da cobrança de elevadas taxas de inscrição e da restrição nas formas de pagamento é que muitos estudantes infelizmente terão que abdicar de participar do evento, debilitando assim seu potencial democrático e plural. Para dar seguimento à valiosa ambição de construir verdadeiros “diálogos, práticas e visões antropológicas a partir do Sul”, nos parece fundamental garantir, em primeiro lugar, as condições materiais para que este contingente de jovens investigadores e estudantes de antropologia se incorpore efetivamente à XI Reunião de Antropologia do Mercosul. Neste sentido, nos dirigimos cordialmente à organização do congresso para apresentar as seguintes propostas:
– No que diz respeito às condições materiais para assistir ao evento:
1) Para mitigar os efeitos regressivos das taxas cobradas atualmente, entendemos que a solução adequada é a aplicação das seguintes taxas de inscrição: para os estudantes de pós-graduação, 10% do valor das bolsas de mestrado e doutorado vigentes. Para os profissionais sem vínculo com instituições universitárias, para os estudantes de graduação e para aqueles provenientes de contextos nacionais nos quais não exista politica estatal de distribuição de bolsas de estudo, sugerimos a aplicação de uma taxa única de 30 dólares. Diante da eventual impossibilidade de contemplar esta sugestão, uma medida paliativa poderia ser o congelamento dos preços da inscrição de acordo com os valores vigentes até o dia 20 de setembro de 2015.
– Quanto à hospedagem e a política de acolhida dos estudantes:
2) Alguns acadêmicos uruguaios pretendem construir um sistema de hospedagem solidária. Esta é uma postura generosa que dialoga com o grande desejo dos estudantes de participar deste congresso. Propomos que a organização da RAM favoreça essa iniciativa e a divulgue amplamente. Para fortalecer ainda mais a capacidade de acolhimento do evento, outras medidas interessantes seriam a disponibilização de espaços físicos da Universidade para a hospedagem dos participantes e a abertura dos restaurantes universitários com preços acessíveis para aqueles que desejarem utilizá-los.
– No que diz respeito ao avanço do projeto de democratização da RAM:
3) Propomos a convocação de uma assembleia geral para avaliação do evento na qual possam ser elaboradas sugestões organizativas de caráter vinculante para as próximas edições do encontro.
Esperamos que esta carta suscite um frutífero diálogo com a organização da XI RAM e aprofunde o programa de transformações iniciado em 2013.
Coletivo de estudantes PPGAS/UFRGS-PPGAS/MN/UFRJ-IDAES/UNSAM (a lista de apoiadores do documento encontra-se no final desta postagem)
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Carta abierta a la organización de la XI RAM: para seguir descolonizando el saber y el poder
En junio de 2013, durante la realización de la X RAM en Córdoba, Argentina, se inició un debate necesario con respecto a los modelos de congresos de antropología promovidos en el Cono Sur. Después de viajar largas distancias para llegar a la ciudad de Córdoba, estudiantes argentinos, brasileños, uruguayos, paraguayos y venezolanos demandaron que la organización del evento redujera los altos precios de inscripción para que fueran compatibles con su disponibilidad de recursos. Frente a la falta de respuestas, organizaron una asamblea que cuestionó la propia estructura organizativa de la RAM. En sus discusiones, llegaron a la conclusión de que buena parte de los gastos de aquel congreso -hospedaje de los conferencistas invitados, fiestas de recepción, materiales de divulgación, etc.- eran costeados con los recursos obtenidos a través del pago de inscripciones. Siendo así, tales gastos deberían ser, en primer lugar, transparentes. Y, en segundo lugar, la decisión sobre la aplicación de estos recursos debería estar sometida a una mayor participación de los estudiantes. En la asamblea también se volvió evidente otro aspecto criticable de la X RAM: los estudiantes, en este caso de grado, habían sido invitados a disfrutar del congreso como un espacio de formación; sin embargo, el lugar que se les brindó fue el de meros oyentes de los trabajos expuestos en GTs, mesas y conferencias. Al cuestionar los lugares destinados a los estudiantes en la jerarquía disciplinar y al reivindicar otro tipo de participación estudiantil en el congreso, la asamblea se convirtió en un amplio debate sobre el tipo de antropología que estamos practicando en el Mercosur. Los resultados de esta discusión fueron divulgados en la “Declaración de la Asamblea de los Estudiantes de Antropología del Mercosur” y pueden resumirse en tres puntos reivindicativos:
1) Realizar encuentros más accesibles en términos de precios e infraestructura material (hospedaje, alimentación, inscripciones) para los estudiantes de Antropología y Ciencias Sociales;
2) Incluir a los estudiantes en la organización del evento con el objetivo de generar espacios de diálogo hasta el momento ausentes en el actual modelo de congreso académico pautado por las jerarquías tradicionales de la disciplina;
3) Promover, en el marco de los congresos, espacios de interlocución auténtica con los movimientos sociales y políticos junto a los cuales los antropólogos y otros científicos sociales desarrollan sus actividades de investigación.
Durante el último día de la X RAM los estudiantes se dirigieron a la conferencia de cierre llevando un cartel que tenía estampada la consigna “descolonizar el saber y el poder”. Fueron recibidos en el escenario por los organizadores del evento y leyeron la declaración de su Asamblea en portugués y castellano. Cientos de copias del documento también fueron distribuidas entre los que participaban de ese acto.
En la víspera de la conferencia de cierre de la X RAM, algunos estudiantes participaron en la reunión plenaria que decidiría la ciudad sede y la estructura organizativa de la próxima edición del evento. En ese contexto estaban en juego dos candidaturas sustancialmente distintas: mientras que una de ellas se mostraba sensible a las demandas que los estudiantes venían planteando durante el encuentro, la otra parecía apuntar a la reproducción de las jerarquías disciplinarias más convencionales. Ante esta disyuntiva los estudiantes supieron respaldar la candidatura que expresaba un claro compromiso con la democratización de los espacios de intercambio del conocimiento. El apoyo estudiantil fue decisivo para la elección de Montevideo como ciudad sede de una XI RAM que se esperaba que fuera más participativa, democrática y descolonizante.
La organización de la XI RAM refleja en alguna medida el espíritu de la movilización realizada en Córdoba en el año 2013. Iniciativas como el llamado a la participación de los movimientos sociales en las mesas redondas, y la gran cantidad y amplitud temática de los Grupos de Trabajo, reflejan la pluralidad de las agendas y de las preocupaciones investigativas de las antropologías del Mercosur y diversifican el tipo de participación esperada para el evento. Estos son avances de carácter democrático que nos invitan a reflexionar sobre las posibilidades de transformar aún más el perfil del mayor encuentro de antropología del Cono Sur. En ese sentido, nos parece fundamental problematizar el valor de las tasas de inscripción cobradas por el evento. Para esto utilizaremos los ejemplos que tenemos disponibles.
De acuerdo con los valores de inscripción vigentes (del 22 de septiembre al 31 de octubre), el estudiante de grado que quiera presentar un trabajo en la XI RAM deberá pagar 110 dólares para participar del evento. Esta cantidad corresponde a 440 reales o 990 pesos argentinos de acuerdo con la cotización oficial (1550 pesos en la cotización del dólar blue). Los estudiantes de posgrado, mientras tanto, deben pagar 155 dólares que corresponden a 620 reales o 1395 pesos argentinos (2466 pesos en la cotización del dólar blue, en 01/10/2015).
Los estudiantes de grado beneficiados por becas de Iniciación Científica en Brasil reciben mensualmente 400 reales. En Argentina el Consejo Interuniversitario Nacional ofrece las “Becas de Estímulo a las Vocaciones Científicas” por un valor de 1200 pesos. Los estudiantes brasileños de maestría reciben una beca mensual de 1.500 reales, mientras que los de doctorado reciben 2.200 reales. En Argentina, los pocos estudiantes beneficiados por las becas de doctorado reciben mensualmente 9.000 pesos. Esto significa que la inscripción en la XI RAM supera el valor total de una beca de grado brasileña o argentina; representa el 41% de una beca de maestría y el 28% de una beca de doctorado en Brasil; y entre el 15% y el 26% de una beca de doctorado en Argentina. A estas cantidades se deben sumar los altos precios de viaje, alojamiento y alimentación en Uruguay.
A modo de comparación, el valor de inscripción cobrado a los estudiantes en el congreso anual de la American Anthropological Association es de 105 dólares. En este caso estamos hablando de un congreso elitizado promovido en el marco de un sistema académico en el cual los estudiantes disponen de mejores condiciones de financiamiento que sus pares sudamericanos. Somos conscientes de que los congresos realizados en América Latina disponen de poca o ninguna ayuda financiera estatal y por tal razón deben auto-financiarse. Sin embargo, los grandes eventos del área en América Latina, tales como XXX ALAS, XVIII Jornadas sobre Alternativas Religiosas en América Latina o el IV Congreso Latinoamericano de Antropología, cobran precios más accesibles a los estudiantes, en promedio 50 dólares.
Las condiciones se tornan más difíciles cuando consideramos la realidad de los profesionales que no cuentan con vínculos institucionales académicos. No siendo estudiantes ni profesores universitarios, los profesionales que deseen participar como expositores u oyentes deberán pagar 130 dólares, hasta el 21 de septiembre o 155 dólares a partir de esa fecha. Sin incentivo y sin pertenencia académica, tales tasas pueden volverse dispositivos de exclusión de gran parte de los profesionales cuya experiencia y actuación son fundamentales para pluralizar los lugares de diálogo relacionados a la antropología, más allá de los espacios disciplinarios de la universidad.
Además de las altas tasas, queríamos llamar la atención sobre las condiciones de pago actualmente disponibles. Tanto la transferencia internacional, de 20 dólares de costo, como el pago exclusivo a través de la tarjeta de crédito Mastercard restringen las posibilidades de que los interesados paguen la inscripción de manera anticipada.
Como consecuencia del cobro de tasas elevadas de inscripción y de la restricción de formas de pago, muchos estudiantes infelizmente tendrán que desistir de participar del evento, debilitando así su potencial democrático y plural. Para dar continuidad a la valiosa ambición de construir verdaderos “diálogos, prácticas y visiones antropológicas desde el Sur”, nos parece fundamental garantizar, en primer lugar, las condiciones materiales para que este contingente de jóvenes investigadores y estudiantes de antropología se incorpore efectivamente a la XI Reunión de Antropología del Mercosur. En este sentido, nos dirigimos cordialmente a la organización del congreso para presentar las siguientes propuestas:
– Con respecto a las condiciones materiales para asistir al evento:
1) Para mitigar los efectos regresivos de las tasas cobradas actualmente, entendemos que la solución adecuada es la aplicación de las siguientes tasas de inscripción: para los estudiantes de posgrado, 10% del valor de las becas de maestría y doctorado vigentes. Para los profesionales sin vínculo con instituciones universitarias, para los estudiantes de grado y para aquellos provenientes de contextos nacionales en los cuales no exista una política estatal de distribución de becas de estudio, sugerimos la aplicación de una tasa única de 30 dólares. Frente a la eventual imposibilidad de contemplar esta sugerencia, una medida paliativa podría ser el congelamiento de los precios de inscripción de acuerdo con los valores vigentes hasta el día 20 de septiembre de 2015.
– Acerca del hospedaje y la política de acogida de los estudiantes:
2) Algunos académicos uruguayos pretenden construir un sistema de alojamiento solidario. Esta es una postura generosa que dialoga con el gran deseo de los estudiantes de participar de este congreso. Proponemos que la organización de la RAM favorezca esa iniciativa y la divulgue ampliamente. Para fortalecer aún más la capacidad de acogida del evento, otras medidas interesantes serían la disponibilización de espacios físicos de la Universidad para el hospedaje de los participantes y la apertura de los restaurantes universitarios con precios accesibles para aquellos que deseen utilizarlos.
– Sobre el avance del proyecto de democratización de la RAM:
3) Proponemos convocar una asamblea general para evaluar el evento, en la cual puedan ser elaboradas sugerencias organizativas de carácter vinculante para las próximas ediciones del encuentro.
Esperamos que esta carta genere un diálogo fructífero con la organización de la XI RAM y profundice el programa de transformaciones iniciado en 2013.
Colectivo de estudiantes PPGAS/UFRGS-PPGAS/MN/UFRJ-IDAES/UNSAM
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Aqueles que desejarem aderir à carta podem mandar seu nome completo e pertencimento institucional (se houver) ao email antropologiacritica@gmail.com
Los que deseen aderir a la carta podrán enviar su nombre, apellido y pertenencia institucional (en caso de haberla) a esta dirección de correo electrónico antropologiacritica@gmail.com
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Aderem a esta carta:
Adhieren a esta carta:
- Amanda Horta (PPGAS/MN/UFRJ)
- María Rossi Idárraga (PPGAS/MN/UFRJ)
- Elisa Hipólito do Espírito Santo (UFMG)
- Nathalie do Carmo Carvalho (UFMG)
- Ana Carolina Estrela da Costa (UFMG)
- Rita Lewkowicz (PPGAS/UFRGS)
- Luana R. Emil (Consultora Ambiental – Mestre em Antropologia Social)
- Juliana F. Mesomo (PPGAS/UFRGS)
- Daniel Etcheverry (Professor Adjunto Unipampa)
- Verónica Trpin (CONICET/GESA-UNCo)
- Gimena Perret (UBA/UNGS)
- Angela Facundo Navia (Fundação Casa de Rui Barbosa)
- Antônio Carriço (PPGAS/UFRJ)
- Thaís Silva de Assis (Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro)
- Caio Pereira Lobato (PPGAS/MN/UFRJ)
- Aline Chaves Rabelo (PPGAS/MN/UFRJ)
- Lucas de Mendonça Marques (PPGAS/MN/UFRJ)
- Carolina Castañeda (IDAES/UNSAM)
- Sara Caumo Guerra (CLAM/UERJ)
- Tomas Guzmán Sánchez (Universidad del Meta/ Colombia- Doctorando IDAES-UNSAM)
- Julián Moraga Riquelme (PPGAS/MN/UFRJ)
- Mauricio Machado Siqueira Filho (PPGAS/MN/UFRJ)
- Ana Claudia Pinheiro Machado Fiod (PPGAS/MN/UFRJ)
- Miguel Muhale (Antropólogo)
- Thomaz Oliveira da Silva Novaes (Cientista Social-Associated Whistle-Blowing Press)
- Cauê Fraga Machado (PPGAS/MN/UFRJ)
- Thiago Oliveira (PPGAS/MN/UFRJ)
- Ana Coutinho (PPGAS/MN/UFRJ)
- Rodrigo Ciconet Dornelles (Antropólogo-Professor e Coordenador de Projetos RMPA)
- Janaina Lobo (Antropóloga – INCRA/RS)
- Bruna Roquette Fleury da Rocha (PPGSA/IFCS/UFRJ)
- Maria Acselrad (PPGSA-UFRJ)
- Felipe Evangelista Andrade Silva (PPGAS/MN/UFRJ)
- Barbara Gomes Pires (PPGAS/MN/UFRJ)
- Marcela Velásquez Cuartas (Antropóloga)
- Indira Viana Caballero (Antropóloga)
- Dibe Ayoub (PPGAS/MN/UFRJ)
- Roberto Romero Ribeiro Júnior (PPGAS/MN/UFRJ)
- María Cecilia Díaz (PPGAS/MN/UFRJ)
- Milena Annecchiarico (UBA-CONICET)
- Alex Martins Moraes (IDAES-UNSAM/IDES-CONICET)
- Bettina Seidl (Universidad Johannes Gutenberg de Maguncia)
- Levindo Pereira (UFMG)
- Luiza Dias Flores (PPGAS/MN/UFRJ)
- Marcela Rabello de Castro Centelhas (PPGAS/UFRJ)
- Felipe Munhoz Martins Fernandes (PPGAS/UFSCAR)
- Ana Paula Morel (PPGAS/MN/UFRJ)
- Danilo Castro Magalhães (PPGAS/UFRJ)
- Marília Sene de Lourenço (PPGAS/MN/UFRJ)
- Ana Caroline Amorim Oliveira (PPGAS/USP)
- Giovanna Helena Teixeira da Cruz Silva (PPGAS/UFMG)
- Ruan Vinícius Faustino Coelho (PPGAS/UFSCAR)
Imagens da mobilização política estudantil durante a X RAM (Córdoba, Argentina, 2013)
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