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Universidade Popular dos Movimentos Sociais define rumos para o próximo período

No evento intitulado “Futuro e Perspectiva da Universidade Popular dos Movimentos Sociais (UPMS)”, a UPMS realizou hoje, dia 28/01, sua última plenária no Fórum Social Temático 2012 em Porto Alegre, a fim definir objetivos e tarefas para o ano corrente. O relato dos Grupos de Trabalho reforçou a importância dos debates que ocorreram sobre eurocentrismo e América Latina, sobre a emergência de uma multiculturalidade crítica, acerca do necessário combate ao capitalismo e à sociedade patriarcal e sobre o esforço de transversalizar as lutas anti-racistas e anti-machistas em todos os movimentos políticos.

Outra questão que perpassou muitas discussões foi a relação destes grupos militantes com o Estado, assim como a análise das relações de poder que instauram as diferentes opressões sociais – dado que aquelas não se encontram apenas no âmbito estatal, manifestando-se também nas empresas, em órgãos privados de governo indireto, nos padrões de consumo e produção atuais, nos modelos energéticos e de desenvolvimento e, inclusive, no interior dos próprios movimentos sociais. Segundo o relato, tal debate levantou importantes problemas para o auto-conhecimento dos movimentos presentes, referentes à coerência das ações que desenvolvem e às divisões internas que ocorrem em decorrência das relações com o Estado e com diferentes poderes desigualmente distribuídos que atravessam o cotidiano destes grupos.

Durante a Plenária final, retomou-se a centralidade do intercâmbio, entre os representantes dos movimentos, de práticas e de conhecimentos que emergem destas práticas, assim como a discussão de pontos comuns que unem as lutas dos distintos coletivos. A UPMS foi definida como um processo em construção, um espaço de denúncia política e de aglutinação de força social por parte dos grupos que a conformam. Reafirmou-se seu caráter itinerante e seu formato em rede, visando futuramente incluir agentes militantes de regiões da África, Ásia, Oriente Médio e Europa.

Proximamente será redigida uma carta de princípios, para que as instituições e organizações interessadas possam conhecer os valores que balizam as ações da UPMS e firmar parcerias de trabalho que ajudem a desenvolver a proposta.

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No sítio virtual é possível encontrar materiais escritos e relatórios de oficinas realizadas nos anos anteriores, assim como artigos de diferentes autores que descrevem e analisam a proposta: http://www.universidadepopular.org/

O Grupo de Estudos em Antropologia Crítica é um coletivo independente que atua na criação de espaços de auto-formação e invenção teórico-metodológica. Constituído em 2011, o GEAC se propõe, basicamente, a praticar “marxismos com antropologias”. Isto significa desenvolver meios para refletir, de maneira situada, sobre os devires radicais da conflitividade social contemporânea. Delirada pelo marxismo, a antropologia se transforma, para o GEAC, numa prática de pesquisa e acompanhamento político das alteridades rebeldes que transbordam e transgridem a pretensão totalitária do modo de produção vigente e da sua parafernália institucional.

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