Geral Teoria Crísica

De onde vêm os possíveis? Comentários sobre “Futurability”, de Franco Berardi.

Por Juliana Mesomo

Franco “Bifo” Berardi propõe que o comunismo foi obstruído pelos grandes movimentos que se propuseram a realizá-lo. Além disso, ele pretende prescrever quais seriam os critérios reais para a efetuação da autonomia do general intellect e de seu potencial devir comunista. Só podemos assumir que nosso autor porta a verdade de uma virtualidade. Neste caso, convém questionar seus métodos e premissas. Através do compromisso com a pesquisa militante, sugiro que não existe maneira de enunciar o possível por fora de um processo concreto de subjetivação política.

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* * *

A convite de meu camarada Tomás Guzmán, do coletivo Máquina Crísica – GEAC, tomei contato com Futurability, um livro recente de Franco “Bifo” Berardi que recebeu sua primeira edição em castelhano no ano de 2018, através da editora Caja Negra. No mês de setembro, Tomás participou de um debate em Bogotá a respeito da obra em questão. Em razão disso, todxs os integrantes do Máquina Crísica nos sentimos instigados a tomar contato com as atuais reflexões de Franco “Bifo”. Nelas, aparecem diversas categorias – possível, possibilidade, imanência, comunismo – que são caras aos debates que desenvolvemos em nosso coletivo. Finalizada uma primeira “inspeção” da obra, achei importante sinalizar algumas separações entre o lugar destinado a certos conceitos na filosofia de Bifo e o espaço que eu prefiro atribuir-lhes a partir de meu compromisso com a pesquisa militante. Adianto que minha principal divergência – uma divergência definitiva, diga-se de passagem – tem a ver com o tratamento que Bifo consagra à questão do “possível”. Em seu argumento, a constituição dessa categoria prescinde a priori de qualquer referência à ação política, como procurarei evidenciar mais adiante. Para o GEAC, por outro lado, não existe maneira de enunciar o possível por fora de um processo concreto de subjetivação política.

O possível (na verdade, a possibilidade), para o Bifo, é imanente à presente constituição do mundo – ou ao momento do desenvolvimento das forças capitalistas em que nos encontramos agora. Palavras do autor: “denomino possibilidade um conteúdo inscrito na presente constituição do mundo (isto é, a imanência das possibilidades)”. Ela – a possibilidade – está inscrita no presente como uma virtualidade que demanda atualização, mas sua existência já é, de alguma forma, perceptível – por isso Bifo pode se propor a enunciá-la. Mesmo que soe redundante, vale lembrar que uma virtualidade existe no plano do virtual, de modo que ela não carece de existência, mas exige algum tipo de atualização, o que implica potência. De acordo com Bifo, potência é “a energia que conecta uma possibilidade inscrita no presente com seu sujeito”, isto é, o sujeito que irá expressar e realizar a possibilidade. Para serem atualizadas, as possibilidades imanentes (intensidades sem forma estabelecida, que buscam para si uma forma, como no “ovo tântrico” ou no “Corpo sem Órgãos” deleuzo-guattariano) precisam de uma “concatenação” adequada, que transforma o “magma da possibilidade” numa subjetividade intencional: “uma possibilidade é corporizada num sujeito quando o magma da possibilidade encontra uma concatenação que o transforma numa subjetividade intencional”. O comunismo, no momento do capitalismo industrial, foi a “concatenação” que permitiu aos trabalhadores industriais “se unirem e lutarem por direitos sociais”, ao passo que a “democracia liberal” era a concatenação política que habilitava a subjetivação da classe burguesa durante a modernidade. Ambas “concatenações” expressam uma “possibilidade imanente” ao capitalismo industrial, criando uma subjetivação em torno dela. O “comunismo” expressou uma possibilidade do capitalismo industrial, a da emancipação da atividade humana em relação à exploração capitalista[1].

Agora que o capitalismo industrial foi substituído pela exploração intensiva das energias dinamizadas pela cooperação social e pelas nossas capacidades cognitivas e emocionais, trata-se de encontrar a “concatenação” que irá expressar e sustentar esse conteúdo caótico que é o “general intellect”, enquanto “força consciente” responsável por reprogramar o mundo. Nesse sentido, Bifo se pergunta o seguinte: “que concatenação irá habilitar a emergência do general intellect como uma força consciente orientada a desmantelar e reprogramar o mundo de acordo com a utilidade concreta do conhecimento?”.

Bifo propõe alguns procedimentos teórico-políticos que diferem bastante daqueles que, ao longo de nossos exercícios de pesquisa militante e “cartografia da dissidência”, apareceram como formas promissoras para a produção de novos possíveis. Concretamente, o autor supõe a subjetivação de um conteúdo. O conteúdo (a possibilidade imanente) é objetivo/concreto, ainda que disforme: trata-se do “magma de possibilidades”, o “general intellect”, “conteúdo caótico” que é objeto de uma captura paradigmática por parte do poder. No entanto, para ser subjetivado (ao invés de objetivado pelo poder), este conteúdo precisa de um princípio complementar, político ou ético. Este princípio permitiria uma corporização do conteúdo caótico tal como ele mesmo já é (virtualmente!). Assim, o general intellect é 1) autônomo e, ao mesmo tempo, 2) deve se subjetivar segundo o princípio da autonomia. (Bifo toma o cuidado de dizer que não existe, aqui, nenhuma necessidade ou teleologia: nada garante que uma possibilidade imanente se realize em tal ou qual direção, ainda que ela já esteja ali. Não se trata, portanto, de uma cadeia causal obrigatória). O general intellect emergiria, então como uma “força consciente” fadada a reprogramar a cooperação social de acordo com a “utilidade concreta do conhecimento”. Esta utilidade concreta já está presente, mas ao mesmo tempo servirá como princípio de atualização da sua própria possibilidade. É claro que alguém terá que definir, politicamente, o que é a “utilidade concreta” do conhecimento, mas isso é deixado de lado na discussão proposta pelo autor. De alguma maneira, tais definições ficam relegadas a uma espécie de consenso tácito (“todos nós já sabemos ou deveríamos saber o que é a utilidade concreta do conhecimento…”).

O general intellect é um “conteúdo caótico” que deverá ser subjetivado na direção da autonomia, de modo a se emancipar da exploração de que é objeto graças aos aparelhos de captura do semio-capitalismo. O critério da autonomia é ao mesmo tempo imanente ao general intellect e proveniente de uma exterioridade: “num segundo cenário, o general intellect é combinado no interior de uma forma de acordo com um princípio de autonomia e de um conhecimento útil e não dogmático”. Assim, no segundo cenário do “dilema do nosso tempo”, cujo impasse o próprio Bifo já definiu, o general intellect é estruturado, combinado e moldado de acordo com os princípios da autonomia, da utilidade e do não dogmatismo do conhecimento. No entanto, cabe perguntar sobre quem define se um conhecimento está sendo usado de maneira útil e não dogmática. Ou ainda: quem define quando a autonomia existe? Esses critérios são implicitamente atribuídos ao próprio general intellect: eles são, afinal, suas possibilidades imanentes. Portanto, a possibilidade imanente é aquilo que devemos identificar para, em seguida, empreender uma subjetivação segundo sua própria regra implícita. No entanto, por mais que Bifo queira atribuir tudo à possibilidade imanente – até mesmo princípios subjetivos como a autonomia –, nós sabemos que, na verdade, alguém terá que declarar em que consiste a autonomia, a utilidade, o uso não dogmático do conhecimento, etc. Isto é, alguém precisa prescrever aquilo que o general intellect pode chegar a ser, de maneira a extrair-lhe potencialidades efetivas. Mas a pergunta sobre quem estabelecerá a prescrição fica no ar… ou nem tanto. Implicitamente, quem parece definir em que consistem os princípios da autonomia é o próprio Bifo, já convertido numa espécie sui generis de guru, que sabe ler na possibilidade imanente suas tendências emancipatórias. É como o quiromante que diz o que quer (ou o que imagina que nós queiramos) depois de um exame atento da palma de nossas mãos: “olha, estou vendo, aqui, que o General Intellect… clama por autonomia!”. Não estou exagerando nem fazendo reduções. O próprio Bifo denomina “adivinhação” (e depois “psicomância”) a pesquisa sobre as possibilidades imanentes à presente constituição do mundo.

A prova de que o filósofo-guru coloca-se no lugar da imanência – ou devém, simultaneamente, plano de imanência e de consistência – para dali extrair critérios orientados à prescrição de um sujeito político encontra-se na crítica de Bifo a Lênin. Ele simplesmente diz que os bolcheviques bloquearam a realização de uma possibilidade imanente (o comunismo)[2]. O critério para avaliar e criticar o leninismo e a revolução bolchevique é a natureza dessa imanência (segundo ele, autônoma e incompatível com o Estado): “o comunismo se transformou num pesadelo totalitário porque o leninismo empurrou os trabalhadores a tomarem o Estado e se identificarem com o Estado socialista, de modo que a estatalização da classe trabalhadora paralisou as dinâmicas sociais e sujeitou o processo autônomo da emancipação social numa estrutura política fixa”. Aqui, o leninismo não é um pensamento da política que teve êxitos e fracassos em seus próprios termos ao prescrever o partido-Estado como lugar da política proletária. O leninismo é, para Bifo, uma distorção ou simplesmente uma política exterior à possibilidade imanente que foi o comunismo no período do capitalismo industrial. Mas se a imanência foi obturada pelo comunismo do século XX, então como é possível criticar a partir dela – da imanência – um processo que realmente teve lugar? Por um lado, somos levados a aceitar que o comunismo não encontrou critérios de efetuação reais e, por outro lado, Bifo pretende prescrever quais critérios seriam esses. Sendo assim, só podemos assumir que nosso autor porta a verdade de uma virtualidade. Posição difícil de ser sustentada. Só a fé pode legitimá-la. Mas será que existe alguma fração de “autonomia” no ato de submeter-se à clarividência de um autor que alega ter acesso privilegiado ao clamor da virtualidade?

Eu dizia que, na abordagem berardiana, o sujeito político deve ser depreendido e forçado a partir da identificação das possibilidades imanentes inscritas na presente constituição do mundo. De alguma forma, está tudo decidido. Tanto é assim que, para Bifo, o que nos falta para sair da situação depressiva em que nos encontramos é potência. Todo o resto – os possíveis e o sujeito – estão mais ou menos pré-definidos. Nesta abordagem, a consciência é o lugar de percepção das vibrações divergentes de uma época e o lugar para a realização de uma escolha entre futuros alternativos imanentes. A história é o espaço onde as possibilidades emergem mediante sua corporização em subjetividades dotadas de potência.

Podemos afirmar com certeza que as “possibilidades” evocadas pelo nosso autor não precisam de um enunciado político para existirem e serem identificadas. Elas já estão inscritas no “conteúdo caótico” que é o “general intellect[3], ainda que como virtualidades cujo intérprete privilegiado seria o próprio filósofo. Neste caso, poderíamos dizer que se as virtualidades não exigem um enunciado político para existir, pelo menos necessitam dele para serem atualizadas? Talvez nem isso, já que o que nos falta, segundo Bifo, é basicamente potência. De qualquer forma, caso existisse, o enunciado político deveria ser depreendido da possibilidade imanente. A política que podemos – e devemos – criar teria a forma de uma “concatenação” responsável por captar e expressar uma intensidade específica, já identificada. O enunciado político singular, na verdade, não tem papel nenhum aqui. Ele perde seu valor de existência e sua autonomia. A política se resumiria a uma estratégia para libertar as possibilidades imanentes de sua captura paradigmática nos dispositivos de poder. E mais ainda: a política estaria indexada aos dispositivos de poder, competindo-lhe a tarefa de ler nas suas reentrâncias o rastro de algo que pede para ser resgatado. Deste modo, e apesar dos reparos protocolares de nosso autor, as “possibilidades” se transformam em necessidades absolutas, enquanto o ato de escolha resume-se a uma espécie de espasmo autômato. Para dar vida livre às possibilidades é preciso estabelecer uma adequada leitura, investigação ou “adivinhação” das vibrações do “devir social da psicosfera” (isto porque as possibilidades imanentes estão inscritas tanto na consistência social do general intellect quanto nas consciências). Enfim, é um argumento circular que não necessita das políticas singulares para identificar e enunciar os possíveis. Na verdade, na abordagem berardiana, é preciso primeiro identificar e enunciar as possibilidades para depois prescrever um sujeito e uma política.

Quando nosso autor fala da autonomia do general intellect, por exemplo, mistura a posteriori (depois da política operaísta na Itália) o subjetivo e o objetivo, a prescrição e a descrição. Se, alguma vez, alguma política prescreveu a autonomia operária diante da exploração capitalista, isto não deveria se confundir com a descrição sociológica do “coletivo” que declarou tal autonomia, isto é, os trabalhadores explorados. Mas, para Bifo, há uma circulação entre a prescrição política, sustentada pelo operaísmo na Itália, e a descrição da consistência social-objetiva do general intellect. O que era um atributo sustentado pela prescrição (i.e. a autonomia), tornou-se uma característica social concreta e perene do general intellect. Daí que o filósofo possa sugerir que a possibilidade encontra-se, na verdade, inscrita concretamente no presente, como um conteúdo a ser expresso, e não como um possível sustentado por um pensamento da política. Isso o faz descartar a(s) política(s), porque ela(s) distorce(m) o real já identificado mediante “análise”.

Em tensão com o argumento de Bifo, sugiro que um possível é prescrito e sustentado por uma política singular. Se quisermos entender sua natureza e desdobrar novos possíveis no tempo presente, jamais poderemos prescindir de uma política singular e, igualmente, de um pensamento da política. Uma possibilidade pode existir sem um enunciado político? Podemos dizer que sim, mas como o próprio Bifo demonstra, essa existência é não consequencial para a política (ela não se relaciona com a política e inclusive prescinde dela). Carente de prescrições que a tornem comunicável e efetiva, a possibilidade subsiste em estado latente. Podemos falar o que quisermos dela e pouca coisa acontecerá para além dos nossos colóquios e conferências. Quando prescindimos do enunciado político que sustenta um possível, estamos no terreno do discurso douto ou filosófico, que aspira a fornecer os critérios em exterioridade para julgar as políticas concretas e para forjar um sujeito político à medida das suas próprias conclusões, debates e dilemas. Nossa posição – digo “nossa” porque creio compartilhá-la com meus camaradas do Máquina Crísica – é muito mais humilde. Propomos ouvir com atenção e compromisso as palavras que as pessoas escolhem para enunciar uma situação e nela intervir. Da mesma forma, propomo-nos a pensar o pensamento apresentado por sequências políticas singulares (leninismo, maoísmo, classismo, etc.), sem buscar, para nós mesmos, nenhum lugar excedente em relação a tais sequências, nenhuma meta-teoria. (Se tivesse que aprofundar este argumento, provavelmente recorreria às reflexões elaboradas por Judith Balso numa intervenção intitulada “Estar presente en el presente. La hipótesis comunista: ¿hipótesis posible para la filosofía, nombre imposible para la política?”, publicada há alguns anos no livro Sobre la idea del comunismo).

Antes de concluir, uma anotação – ou reparo final – às premissas de Bifo. O autor identifica o ato prescritivo com o poder: o poder seleciona e restringe a imanência das possibilidades. Depois da prospecção das tendências imanentes (atualmente isto é feito através do processamento massivo de big data), o poder transforma o que era uma possibilidade entre outras em necessidade absoluta e, logo, em prescrição (“tal coisa deve ser feita”). Fico com a impressão de que a emancipação do general intellect é um assunto de liberar potências. Voltamos a uma oposição simples entre a calcificação de certas tendências no diagrama do poder e sua liberação e confluência a-funcional no horizonte de uma exploração proliferante e criativa das infinitas potências da cooperação social. Não está claro de que maneira a segunda dinâmica pode se subtrair à primeira. É como se ambas simplesmente coexistissem numa batalha infinita que, estranhamente, reincide em sucessivas vitórias dos aparelhos de captura. Do ponto de vista das políticas, o poder é sempre uma questão fundamental. Interromper a sucessão interminável de transbordamentos e capturas sob a batuta soberana da acumulação capitalista tem sido uma aposta recorrente das políticas emancipatórias. A sedimentação duradoura de um ciclo igualitário de organização da atividade social humana é, de fato, o vislumbre mais radical que a Revolução de Outubro instalou em nosso horizonte de ação. Por isso, podemos argumentar que a política também é prescritiva (pois implica, sempre, o exercício de algum tipo de poder). Ao enunciar e sustentar um possível, a política também o prescreve para todxs. De possibilidade virtual, o possível torna-se necessidade absoluta – no sentido de ineludível – a partir da qual todxs serão interpelados. Esta apresentação absoluta de um possível em relação ao qual ninguém está isento de assumir uma posição é consequência, precisamente, da ação política. O prescritivo, para a política, não se reduz a um determinismo – procedimento que Bifo atribui às cadeias autômatas de decisão e prescrição de condutas no semio-capitalismo. Pelo contrário, o prescritivo é sustentado apenas pelo pensamento singular da política e pertence ao domínio do subjetivo (isto é, do sujeito, entendido como confluência de multiplicidades sob condição de um possível), de modo que não podemos atribuí-lo a uma determinação causal objetiva, exterior ao pensamento. Em poucas palavras, no registro da política, o prescritivo é uma nova determinação que interrompe os determinismos vigentes. A prescrição coloca quem a enuncia sob novas condições de existência. Tais condições obviamente eram possibilidades, mas nós só sabemos disso porque uma prescrição as deu a conhecer enquanto possíveis, ou seja, enquanto critérios compartilhados para a organização de outras formas de vida e de outra justiça social.

Notas

[1]“No ponto alto da modernidade industrial, a emancipação da sociedade civil em relação ao trabalho assalariado estava inscrita na concatenação social e, particularmente, na relação entre a potência do general intellect e a tecnologia existente. A emancipação da atividade humana diante da exploração capitalista foi uma possibilidade que poderia ser vista como uma tendência. O comunismo foi imanente à composição técnica do capital e também à consciência social”.

[2]“A possibilidade do comunismo foi obliterada pelo acontecimento da Revolução Bolchevique e o subsequente estabelecimento de uma ditadura do exército de o Estado”; “No Império Soviético, o resultado foi uma sociedade miserável e um Estado autoritário: o comunismo cancelou o comunismo possível que estava inscrito na composição social do trabalho e na autonomia do general intellect“.

[3] “O ovo tântrico é o magma de todas as possibilidades, o conteúdo caótico que busca uma forma. O general intellect é o conteúdo, o semio-capitalismo é a gestalt, isto é, o gerador de formas codificadas: captura paradigmática”.

O Grupo de Estudos em Antropologia Crítica é um coletivo independente que atua na criação de espaços de auto-formação e invenção teórico-metodológica. Constituído em 2011, o GEAC se propõe, basicamente, a praticar “marxismos com antropologias”. Isto significa desenvolver meios para refletir, de maneira situada, sobre os devires radicais da conflitividade social contemporânea. Delirada pelo marxismo, a antropologia se transforma, para o GEAC, numa prática de pesquisa e acompanhamento político das alteridades rebeldes que transbordam e transgridem a pretensão totalitária do modo de produção vigente e da sua parafernália institucional.

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